Do EDP Live Bands para o palco do festival NOS Alive

Churky, ou Diogo Alexandre da Silva Rico Rodrigues, aos 25 anos já é cantor, guitarrista, compositor e produtor musical, tendo sido recentemente o grande vencedor do EDP Live Bands 2018. Esta vitória deu-lhe a oportunidade para tocar ao vivo no NOS Alive ’18 e no Mad Cool Festival, em Madrid, além de poder gravar um disco com a editora Sony Music.

Diogo iniciou o seu percurso musical na adolescência, a tocar em bares com uma banda de covers. Churky, a sua alcunha de sempre, acabou por tornar-se nome artístico por acaso e de forma espontânea, bem ao estilo deste cantor a quem a música chega “naturalmente”.

Fomos conversar com ele para saber como é trocar a escola pela música e, aos 25 anos, já ter um disco de originais, uma tour europeia, um EP fresquinho (“Estórias”) e até um tema seu composto para o Festival da Canção.


Começaste a tocar com os Blacknoises em bares, com apenas 13 anos. Como era atuar com essa idade e que tipo de covers tocavam?

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Era uma banda de Rock and Roll, tocavamos Arctic Monkeys, Strokes e essas ondas de Indy Rock. Quando comecei tinha 13 anos e esta foi assim a primeira experiência. Já não me recordo da maior parte mas lembro-me que na altura éramos um power trio fixe, Rock and Roll mesmo! Tocar em bares sendo tão novo... o único problema que poderia haver era de facto eu ser muito novo para entrar nos bares (risos), mas… fora isso, era igual.

Em 2013 lançaste a tua primeira canção a solo, online — Waiting for the Sun. O que é que inspirou a composição deste tema? 

Lembro-me que compus essa música com um amigo meu que é o Nuno Ruas e ele inspirou-me muito nas escolhas que fiz. Na altura, eu também era muito novo, foi a primeira música que fiz e a primeira vez que entrei num estúdio para gravar… a nível da canção, eu ouvia muito John Mayer na altura e coisas um bocado mais Pop, que serviram de inspiração para essa música. 

Doors tem uma música com o mesmo nome… estão relacionadas?

Pois têm mas não, apesar de eu gostar muito de Doors, não teve nada a ver.

Em 2015 compuseste um tema para o Festival da Canção, chamado "Mal Menor", que veio a ser interpretado pelo tenor José Freitas. Quando a escreveste já sabias que a canção ia ser interpretada por ele? Como é que se deu essa decisão e como foi a experiência?

Não sabia, aliás eu escrevi a canção 2 anos antes, acho eu. Na altura do Festival da Canção, falaram comigo e perguntaram se eu o queria fazer ou se já teria alguma música feita que desse para o efeito e foi aquela que arrancou…

Portanto, a música não foi feita especificamente para ser cantada por um tenor…

Não, a música era uma espécie de Slow Blues até… era um bocado diferente. Mas ele fez a interpretação dele e acabou por ficar bonito.

O teu primeiro álbum — Golden Riot — está todo em inglês, tal como a tua primeira canção, Waiting for the Sun. Porquê o impulso para escrever nesta língua?

Eu quando era novo sempre ouvi muita música em Inglês e sempre gostei mais... não sei porquê, talvez pela musicalidade da língua. E isso fez com que, quando comecei a escrever, naturalmente a minha tendência de composição tenha ido sempre para o Inglês. Eu sou muito de espontaneidade — quando componho é viola/voz logo, assim um bocado de repente. Acabava por sair sempre tudo em Inglês… Depois com o tempo fui aprendendo a gostar do Português.

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Eu comecei a ouvir muita música brasileira: muita Bossa Nova, muito MPB (Música Popular Brasileira). E comecei a gostar muito daquela ideia de canção, do formato, da forma de escolher as palavras... foi um bocado por aí. Entretanto o Português começou a ser mais forte do que o Inglês que eu já tinha feito. Significava muito mais para mim, era uma coisa muito mais verdadeira, que era eu. Quando era mais novo, queria tentar ser aquele modelo meio “americanóide” das coisas, mas com o passar do tempo comecei a dar muito mais valor àquilo que eu realmente sou… e sou de cá. Portanto faz todo o sentido.

O que pensaram os teus pais em relação a dedicares-te à música? Em que ficaram os estudos?

Eu saí da escola quando fiz... acho que já tinha feito os 16 anos. Foi em conversa com a minha mãe, ela falou comigo e perguntou-me mesmo o que é que eu queria fazer, teve uma conversa séria, daquelas. E lembro-me de estarmos a ir para a escola e ela voltar para trás e dizer “não, se queres música é para música que vais”.  Portanto os meus pais aceitaram o facto de eu querer viver da música. Tive foi que lhes mostrar que é preciso trabalhar um bocado (risos). 

A tua prioridade enquanto artista é a música ou há alguma mensagem que queiras passar? 

A prioridade é a música, é sempre a música... faço a música pela música e as letras vêm um bocado agarradas a ela. Depois, a interpretação das outras pessoas, deixo sempre um bocadinho em aberto, porque a arte é mesmo isso, não é? 

Como é que surgiu a ideia de participar no EDP Live Bands? 

Eu já tinha participado uma vez, em que não consegui chegar à final.. e este ano decidi participar de novo. Estive um ano sem participar mas depois decidi participar de novo porque tinha um trabalho em Português que era um bocado diferente a nível de sonoridades e achei que… let’s give it a try! 

Como foi essa experiência, do concurso?

Foi um dia brutal… porque basicamente eu fui para lá com os meus amigos preocupado em divertir-me e fazer aquilo que eu gosto muito e acabou por correr bem e então foi uma experiência fixe. Mais do que os prémios e isso tudo, gostei muito de lá estar… com a minha família. 

E a vitória, que portas achas que poderá abrir a Churky?

A própria noite da final já foi uma porta aberta para mim, já foi fixe, foi uma grande vitória poder ir à final… conseguir ganhar foi mais porreiro ainda, porque sinto que agora consigo ir a alguns lados a que não conseguia ir de forma independente. 

Que planos tens para o futuro de Churky? Quais são os próximos passos (que possas revelar)?

Tirando o Alive e o Mad Cool, vou escrever um disco novo e vou lançá-lo para o ano.

Se não fosses músico e tivesses de optar por uma carreira dita "tradicional", o que é que te vias a fazer?

Nada. Eu não sei mesmo fazer mais nada (risos), sou um zero à esquerda em tudo (risos). A música é a única coisa que faço desde criança e é tão natural que, sei lá, eu nem a vejo bem como um trabalho. Acaba por ser mas não é forçado, sou eu mesmo. Gosto muito de o fazer e fiz as coisas de forma a poder fazer aquilo de que gosto da vida. Basicamente é isso. Mas não me via a fazer mais nada, não.

Se ainda não conhece a sua música, espreite (e escute) aqui:

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EDP Live Bands

Churky foi o vencedor da edição portuguesa do EDP Live Bands 2018. Saiba mais sobre este concurso.