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EDP anuncia investimentos de 470 milhões nas Astúrias para acelerar transição energética

Sexta-feira 21, Maio 2021

Plano de investimentos inclui primeiro parque eólico flutuante em Espanha e a conversão da central de Soto de Ribera numa 'bateria verde' da região das Astúrias. A aposta no hidrogénio verde e no armazenamento de energia também faz parte dos projetos.

A EDP continua a acelerar na transição energética. A empresa, que tem como objetivo tornar-se 100% verde até 2030, anunciou o primeiro parque eólico flutuante de Espanha nas Astúrias e vai promover projetos relacionados com hidrogénio verde e armazenamento de energia no Principado. Estes são os planos da EDP para a comunidade autónoma, onde pretende dar um contributo decisivo para a promoção da geração de energias 100% renováveis e favorecer a descarbonização da indústria.

Os planos da empresa, que tem nas Astúrias o seu principal centro para toda a Espanha, foram apresentados ao Presidente do Governo do Principado das Astúrias, Adrián Barbón, pelos responsáveis máximos da energia em Espanha, o seu presidente, Manuel Menéndez, e o seu presidente executivo, Rui Teixeira.

Os dirigentes da empresa apresentaram ao presidente asturiano o compromisso da EDP para com a região, onde desenvolve a sua atividade há 20 anos, dinamizando a economia e gerando empregos de qualidade. Agora, em plena transição energética, a empresa quer reforçar a sua liderança com projetos ambiciosos relacionados com essa transição, associados a investimentos milionários em que é fundamental o apoio governamental.

A EDP tem planos ambiciosos de transformação energética para as Astúrias, onde poderia desenvolver projetos no valor de 470 milhões de euros, principalmente nas unidades de Soto de Ribera e Aboño, bem como no primeiro parque eólico flutuante de Espanha.

Soto de Ribera, a bateria verde das Astúrias

Os planos da EDP em Soto de Ribera, para o qual o grupo 3 já solicitou uma autorização de encerramento, envolvem também as energias renováveis. A empresa poderia transformar este local num centro de referência para o armazenamento de energia renovável e novos usos do hidrogénio verde.

No que diz respeito à geração renovável, a EDP já iniciou o processamento de uma mini-central hídrica com turbinas hidráulicas que aproveitaria as águas do Nalón ao passar pela central. Esta instalação vai ser somada a um parque fotovoltaico que a empresa pretende colocar em funcionamento no local.

A energia renovável gerada por ambas as instalações seria direcionada para a rede de forma a satisfazer a procura, permitir a produção e armazenamento de hidrogénio verde e o excedente seria armazenado em dois tipos de baterias: de iões de lítio e uma combinação de baterias RedOx e baterias de segunda vida, por exemplo, de veículos.

Adicionalmente, a EDP está a trabalhar em vários outros projetos de armazenamento de ar líquido para geração de energia elétrica.

Quanto aos novos usos do hidrogénio verde, a empresa propõe diversos projetos. Prevê a construção de uma estação de hidrogenação - posto de hidrogénio - com o objetivo de contribuir para a descarbonização dos transportes de passageiros e de mercadorias; promoverá a descarbonização das indústrias circunvizinhas; e realizará testes em ciclos combinados num cenário que facilitaria a substituição do gás natural utilizado hoje pelo hidrogénio verde.

Aboño, vale do hidrogénio verde

A central térmica de Aboño é, desde há quase 50 anos, uma garantia da estabilidade do abastecimento elétrico da indústria das Astúrias. Os planos da EDP incluem a manutenção deste papel na transição energética.

A empresa, que anunciou que deixará de produzir carbono em 2025, planeia converter esta localização estratégica no vale asturiano de hidrogénio verde. O conhecimento técnico, de mercado e a localização geográfica privilegiada da instalação garantiriam a produção e o abastecimento de eletricidade e hidrogénio verde necessários aos processos de fabricação da indústria asturiana.

A EDP prevê o arranque de um parque fotovoltaico nas atuais instalações de Aboño, que se juntou ao parque eólico marinho flutuante que a empresa projeta na costa asturiana e que, a par dos fáceis acessos a água, infraestruturas elétricas e porto de El Musel, permite a necessária produção e armazenamento de hidrogénio verde em Aboño.

Este hidrogénio verde poderia também substituir os combustíveis fósseis que são utilizados atualmente para apoiar o uso de energia de gases siderúrgicos, um resíduo que, de outra forma, seria queimado numa chama e emitido diretamente para a atmosfera. Graças ao hidrogénio verde, esta condição de economia circular e reavaliação energética seria mantida.