29 Mar 2021
3 min

O hidrogénio faz parte de quase tudo o que nos rodeia e é usado, de forma experimental ou em aplicações práticas, há séculos. Nas últimas décadas surgiram cada vez mais tecnologias para o produzir e armazenar. Há um verdadeiro arco-íris de cores para representar o hidrogénio consoante a sua produção. 

Espera-se que o hidrogénio verde seja o futuro, mas os outros tons continuam a desempenhar o seu papel na indústria e na economia em geral. Segue-se uma explicação de cada uma das cores que se podem associar ao H2. Basta selecionar a cor para conhecer a sua origem.

 
 
 
 
 
 

Hidrogénio branco

Além de ser um elemento presente na água, nas plantas ou nos animais, o hidrogénio também pode ser encontrado na sua forma gasosa, em depósitos subterrâneos. É uma ocorrência rara - até porque é inodoro e incolor, sendo difícil de detetar -, e não existem técnicas eficientes e economicamente viáveis para o extrair.

Hidrogénio azul

Usando a técnica de reformação por vapor, quando o CO2 que é libertado for capturado e armazenado - em depósitos naturais subterrâneos ou subaquáticos -, o hidrogénio é apelidado de azul. Também existem projetos de investigação em curso para a reutilização do CO2 capturado, mas as emissões de CO2 que acabam sempre por escapar para a atmosfera impedem que possa ser uma solução considerada ambientalmente eficiente.

Hidrogénio cinza

Sendo difícil de extrair, o hidrogénio tem de ser produzido. A técnica mais usada atualmente, representando cerca de 90% da produção mundial, é a chamada ‘reformação por vapor’. Para esse processo recorre-se principalmente a gás natural ou outros combustíveis fósseis, que ao serem aquecidos para separar o H2, acabam também por libertar CO2 para a atmosfera, o que justifica a cor e a ineficiência.

Hidrogénio turquesa

Outra tecnologia experimental que está a ser estudada passa por transformar o CO2 em sólido. Ou seja, a matéria-prima é o gás natural ou biogás, mas deste processo, conhecido como ‘pirólise de metano’, resulta carbono sólido em vez de emissões de CO2. Esse produto poderádepois ter aplicações comerciais em várias indústrias: pneus, tintas, aço, grafite.

Hidrogénio rosa

Outra solução possível de obter hidrogénio é através de energia nuclear. Neste caso o processo de eletrólise é conseguido com recurso a essa energia, com os riscos e desperdícios radioativos que lhe estão sempre associados.

Hidrogénio verde

Água e energia elétrica produzida por fontes renováveis. Através da eletrólise, as moléculas de hidrogénio são separadas das de oxigénio, sem quaisquer emissões poluentes diretas ao longo do processo, desde que a energia elétrica usada venha de fontes renováveis. A produção de hidrogénio verde ainda é cara, mas espera-se que o seu custo venha a baixar bastante nos próximos anos, o que faz com que seja a verdadeira esperança para vários setores em termos de eficiência energética e efeitos positivos no meio ambiente.

 

Apesar das múltiplas formas de produzir hidrogénio, bem como de o armazenar ou utilizar, a poluição e a viabilidade económica de algumas técnicas colocam de lado determinadas ‘cores’, são soluções sem futuro. O hidrogénio verde caminha a passos largos para a equiparação de preços relativamente ao cinzento e azul, o que fará desta tecnologia não só eficiente do ponto de vista ambiental como também geradora de emprego e crescimento económico. O futuro do planeta passa pelo hidrogénio verde.