A EDP, no desenvolvimento da sua actividade de produção e no decurso da gestão da mitigação do impacte na biodiversidade, reúne milhões de dados resultante de estudos e monitorizações. No âmbito dos mais recentes projetos hidroelétricos construídos em Portugal, a EDP implementou um conjunto de instrumentos de recolha e análise de informação indispensáveis a uma abordagem de gestão adaptativa e de longo prazo que pretende promover, com o objetivo de garantir que todos os esforços de mitigação se traduzam em ganhos líquidos para a biodiversidade.

Em 2017, a EDP iniciou um processo de partilha deste conhecimento com o mundo e oficializou-se como publicador de informação sobre biodiversidade numa base de dados internacional, a Global Biodiversity Information Facility (GBIF) publicando o primeiro dataset de informação. Em 2018, partilhou mais 11 datasets, sobre fauna aquática, anfíbios e morcegos e, em 2019, contribuiu com mais 21 datasets sobre diversos descritores ambientais. No final de 2020, ao fim de 3 anos, a EDP conta já com 78 publicações, tornando-se assim na maior contribuidora para esta base de dados internacional, entre o setor das utilities; não vamos ficar por aqui, continuando a publicar e abrangendo mais descritores biológicos e mais geografias.

O GBIF é uma organização intergovernamental, criada em 2001, na sequência de um memorando de entendimento endossado pelos ministros da ciência da OCDE, para facilitar a partilha e acesso de forma livre e gratuita de dados de biodiversidade. No contexto do declínio mundial da biodiversidade, os dados de ocorrência e abundância de espécies são ferramentas essenciais para o planeamento, implementação e monitorização de estratégias de conservação e uso sustentável. Esta importância é reconhecida à escala global, nomeadamente pelo Aichi Target 19 da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD), sendo a publicação de dados no GBIF um dos indicadores para aferir o cumprimento deste Target até 2020. Por outro lado, nesta simbiose, a EDP beneficia sobretudo com:

  1. Revisão dos resultados das monitorizações, a sua uniformização e publicação no formato “Darwin Core”, que permite que esteja em linha com a base de dados do GBIF;
  2. Produção de metade de registos para a informação recolhida, permitindo a sua catalogação, caracterização e propriedade intelectual dos dados;
  3. Disponibilização, para a comunidade científica, de informação biológica integrada e completa, num significativo período de tempo, que contempla importantes vetores de sustentabilidade (fauna, flora e habitats).

Também em 2020, a EDP fez parte de um estudo de caso que juntou vários Nós internacionais do GBIF (Noruega, França, Colômbia e Espanha) para avaliar o potencial da contribuição de empresas do setor privado, e onde a EDP alcançou um papel relevante na experiência e processos definidos que podem ajudar a replicar este modelo, enriquecendo a plataforma com nova informação para a partilha da Biodiversidade.

Em simultâneo, a informação gerada pela EDP no contexto do ciclo de projeto do AHBS está a contribuir para uma Investigação Ecológica a Longo Prazo do Baixo Sabor, integrada numa rede europeia e internacional de investigação de longo-termo. Trata-se de uma rede de investigação, que procura compreender as consequências no longo prazo da criação de albufeiras nos cursos de água doce e nos ecossistemas terrestres adjacentes. Para além dos efeitos estudados na biodiversidade, são também estudados os efeitos
socioeconómicos e ambientais à escala local (por exemplo, alterações no uso da terra) e global (alterações climáticas, invasões biológicas).

O nosso contributo para o conhecimento

GBIF - Instalação Global de Informações sobre Biodiversidade

plataforma sib