Decorrente da nossa Política de Ambiente e respetiva estratégia de gestão de impacte, no Grupo EDP temos a ambição de atingir, até 2030, um balanço tendencialmente positivo no impacto gerado pelos novos projetos na biodiversidade, contribuindo para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 (Proteção da Vida na Terra), das Nações Unidas. Um compromisso que reforça a importância dos contributos da ciência para desenvolver metodologias capazes de melhorar a monitorização da qualidade dos habitats e promover soluções mais ágeis e viáveis de conservação dos ecossistemas. 

Assim, co-financiámos, juntamente com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), a continuidade da Cátedra EDP em Biodiversidade para o período 2018-2020, num conjunto de trabalhos de investigação científica dedicados à gestão de impactes, conservação e monitorização da biodiversidade. A Cátedra atribuída à Universidade do Porto, gerida pelo Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO), está a ser desenvolvida por um grupo de investigação dedicado à ecologia aplicada (ApplEcol). Esta é liderada pelo investigador Pedro Beja, titular da mesma, cujos trabalhos reforçam a continuidade de uma linha de investigação dirigida para o desenvolvimento e implementação de ferramentas genómicas (metabarcoding) para monitorização de ecossistemas aquáticos, uma área emergente do conhecimento e que faz uso do ADN recolhido no ambiente (ADN ambiental ou genómica ambiental). 

A Cátedra assenta em 3 áreas de investigação: 

  • Genómica ambiental, ocorre em zonas de albufeiras e cursos de água, nomeadamente nos associados aos empreendimentos e atividades da EDP e os temas principais figuram-se na caracterização de comunidades de peixes e a deteção de espécies invasoras em albufeiras de empreendimentos hidroelétricos. A monitorização da qualidade dos cursos de água com recursos às técnicas de eDNA tem como objetivo final o desenvolvimento de novas técnicas custo-eficientes de monitorização biológica, gerando simultaneamente informação relevante que auxilie a resolução de problemas na gestão de impacte na biodiversidade e que contribua para uma meta de contrabalanço de biodiversidade (Biodiversity offsets) sem perda líquida (No Net Loss) ou, preferivelmente, com saldos positivos (Net Gains) de biodiversidade. As atividades da nova Cátedra EDP em Biodiversidade arrancaram nos dias 18 e 19 de Dezembro de 2018 com um encontro internacional de especialistas, onde se debateu a implementação das técnicas de eDNA para monitorização ambiental da água em Portugal;
  • Mitigação de impactes de aproveitamentos, cujo foco está dirigido para o desenvolvimento de modelos conceptuais e abordagens metodológicas que promovam uma melhor gestão da mitigação dos impactes negativos na biodiversidade em aproveitamentos de produção hidroelétrica. Isto é, aumentar os conhecimentos ecológicos sobre os impactes destas tecnologias de produção de eletricidade na biodiversidade, por forma a que esses impactes sejam efetivamente mitigados pelas medidas de compensação já implementadas. Para isso, será dada continuidade aos trabalhos desenvolvidos durante a anterior Cátedra, nomeadamente dos estudos no âmbito da construção do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor (AHBS) e do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua (AHFT). Assim, será dada prioridade à continuidade do trabalho desenvolvido no sítio de investigação de longo termo do Baixo Sabor (Sítio LTER Sabor), estabelecido inicialmente com financiamento da FCT e que tem vindo a ser apoiado pela EDP Produção.
    Pretende-se ainda prosseguir na parceria já estabelecida entre a EDP Produção e o polo nacional do Global Biodiversity Information Facility (GBIF) para que a EDP, no estatuto de publisher desta plataforma de partilha, dê continuidade à publicação de dados de ocorrência de espécies recolhidos no âmbito dos trabalhos de avaliação de impacte ambiental e monitorização do AHBS e AHFT.
  • Mitigação de impactes da rede de distribuição elétrica, uma componente de investigação que não foi abordada na Cátedra EDP Biodiversidade anterior, e que se relaciona com o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela EDP Distribuição na mitigação dos impactes das linhas elétricas sobre as aves, incluindo os problemas de eletrocussão e colisão. Neste âmbito, pretende-se dar um contributo científico adicional ao resultado do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Comissão Técnica e Científica de Acompanhamento das Linhas Elétricas e Aves – CTALEA –, desde 2003, no âmbito dos sucessivos Protocolos Avifauna, nomeadamente no que diz respeito ao impacte das medidas adoptadas na dinâmica populacional das espécies mais sensíveis.