Juntámo-nos à Oceanum Liberandum na iniciativa Limpeza dos Oceanos, que terá lugar no próximo dia 24 de setembro. Esta iniciativa, que ambiciona juntar mais de 700 mergulhadores na praia de Sesimbra para uma limpeza subaquática inédita, pretende bater o recorde mundial do Guiness com o maior número de mergulhadores presentes numa ação de limpeza marinha. 

Os plásticos constituem uma grande ameaça para os oceanos e nesta conversa, falámos com Rúben Galante e Débora Laborde, fundadores da Oceanum Liberandum, para nos falarem um pouco da sua ambição e objetivos desta associação.

Primeiro que tudo, muito obrigada por esta conversa, Rúben e Débora. Como é que surgiu a ideia de criar a Oceanum Liberandum? 

Ao longo de vários anos, mergulhámos em vários pontos do planeta, com tubarões-baleia, golfinhos, tartarugas e recifes lindos, cheios de cores e peixes. Porém, também vimos o oposto, recifes brancos, sem vida, ausência de vida marinha, comportamentos errados de turistas e empresas. Ouvimos também histórias de pessoas que viram com os seus olhos o declínio do ecossistema. Por esse motivo, eu e a minha mulher Débora decidimos que, numa era de redes sociais e do conhecimento na palma da mão, era importante fazermos mais, e nós tínhamos de fazer mais. Assim nasceu a Oceanum Liberandum.

Quais são os grandes objetivos desta organização? 

Essencialmente, queremos ajudar a preservar os oceanos e a vida marinha para as gerações atuais e futuras. Alterar comportamentos prejudiciais a estes ecossistemas. Desmitificar ideias erradas sobre o que as profundezas do oceano guardam. 

 
São muitos os ecossistemas ameaçados pelas alterações climáticas. Por que se decidiram pelos oceanos? 

Vimos no mar a paz interior que procurávamos. Estar rodeado de vida marinha, atarefada nas suas vidas, desde o peixe mais pequeno ao maior do mundo, foi algo que sempre nos marcou. Também nos fomos deparando com muito desconhecimento por parte das pessoas com quem vamos falando, em relação ao mar. Queremos mudar isso. Queremos que as pessoas sintam esta emoção e vivam esta nossa paixão por estas criaturas.

Para além de fundador da Oceanum Liberandum, o Rubén é colaborador da E-Redes, empresa do grupo EDP. De que forma é que a EDP e o seu trabalho na empresa tiveram influência na criação desta associação e na organização da maior limpeza subaquática? 

Temos visto na EDP uma marca que se tem preocupado cada vez mais com mudanças climáticas e com o futuro, como comprova a mudança de marca que se realizou este ano. No processo da criação da Associação e da organização deste evento, tivemos um apoio extraordinário da equipa com quem trabalho na E-redes e da minha chefia direta. Foi muito importante, olhar em volta e não sermos apenas duas pessoas com ideias inalcançáveis, tínhamos família e amigos a lutar connosco. Tudo isso é muito gratificante. 

Débora, o que é que esperam alcançar com esta iniciativa - Em Defesa dos Oceanos? 

Esta iniciativa tem três grandes objetivos: alertar para os problemas que os oceanos enfrentam e, por consequência, problemas esses que irão afetar toda a vida no planeta. Queremos aproveitar o interesse mediático para promover o mergulho de Portugal no mundo que muito pode fazer pelo turismo, em especial Sesimbra que tem excelentes condições para este desporto. E, por fim, tentar trazer este recorde mundial para Portugal, não só pela importância que um recorde representa, mas também porque no ano em que se realizou a Conferência dos Oceanos, precisamente em Portugal, seria mais um ponto alto do nosso país na área da proteção dos oceanos.