Transcrição Podcast - Finanças Sustentáveis

Informações:

Duração do audio: 00:40:18

Convidados: Gilda Caetano e Nuno Brito Jorge

Entrevistadora: Catarina Barreiros

 

Transcrição:

Somos todos os agentes de mudança e juntos podemos transformar o mundo, É Agora ou Nunca, um podcast EDP que discute o presente e procura soluções para um futuro mais sustentável.

Catarina Barreiros: Bem-vindos a mais episódio do podcast É Agora ou Nunca, um podcast EDP sobre sustentabilidade. Hoje vamos falar sobre finanças sustentáveis, vamos perceber conceitos como fatores ESG, como investimento e impacto, e perceber de que maneira é que o investimento sustentável ajuda a promover o desenvolvimento sustentável e a mitigação das alterações climáticas, e tenho connosco, como sempre, dois especialistas nesta matéria, temos Gilda Caetano, formada em economia e especializada em Estudos Ambientais pelo ISEG, começou seu percurso profissional no Ministério do Planeamento e Administração Territorial, logo de seguida, em 1988, entrou na EDP, onde ao longo de mais de três décadas, trabalhou como economista, sobretudo desde 2005, tem-se dedicado às finanças sustentáveis na Direção de Sustentabilidade da EDP. Tenho que também comigo Nuno Brito Jorge, formado em Engenharia pela Universidade Católica, a sustentabilidade fez sempre parte do seu caminho, trabalhou no Parlamento Europeu e na EDP, em 2013, fundou a Coopérnico, uma cooperativa para as energias renováveis onde ainda hoje é presidente, em 2017, criou também a GoParity, uma plataforma de crowdfunding que apoia projetos de energia sustentável, é membro do board da REScoop – Federação Europeia de Cooperativas para Energias Renováveis. Obrigado aos dois por estarem aqui comigo, e se calhar, vamos começar pela pergunta geral que temos feito sempre nos podcasts, que é: de que maneira é que as finanças sustentáveis se alinham com os objetivos de desenvolvimento sustentável? E, se calhar, começo aqui pelo Nuno.

Nuno Brito Jorge: Olá Catarina, olá Gilda, e obrigado. Então, a pergunta acho que é uma pergunta que tem uma resposta bastante direta, que é: a forma como nós vemos pelo menos as finanças sustentáveis é de facto aquela forma de utilizar o nosso dinheiro em que nós sabemos que ele está a ser aplicado em um, ou em contribuir para pelo menos um dos objetivos desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, portanto, trata-se um bocado de dar tangibilidade ou traçabilidade àquilo que é feito com o nosso dinheiro quando nós o estamos a investir, ou quando o temos parado numa conta.

Catarina Barreiros: OK, portanto, se tivermos de pensar assim num ou dois objetivos desenvolvimento sustentável que são assim diretamente impactados, para quem é leigo no assunto como eu, diria todos, não é? Porque a partir do momento em que estamos a aplicar dinheiro ou a movimentar dinheiro na economia, estamos a afetar tudo. Mas se calhar quais é que são aqueles que são mais alinhadinhos com as finanças sustentáveis?

Gilda Caetano: Olá. Eventualmente eu diria o objetivo de desenvolvimento 7, que tem a ver com a promoção das energias renováveis e energias limpas e, eventualmente, o objetivo de desenvolvimento sustentável 13, que tem como objetivo combater as alterações climáticas. E, portanto, acho que estes são os mais impactantes para fazer o financiamento sustentável, até porque objetivos como o objetivo de desenvolvimento sustentável n.º 1, que é o erradicar a pobreza, conseguir-se-á resolver mais através do financiamento público, e neste momento, para se conseguir uma implementação plena do conjunto de objetivos sustentável, precisamos de fazer uma articulação entre o financiamento público e o financiamento privado, e é assim que nasce a origem das finanças sustentáveis, é a tentar colmatar este gap, um gap que não é conseguido através só do financiamento público.

Catarina Barreiros: Tocámos aqui numa… devíamos se calhar ter começado por aqui, o que é: o que são as finanças sustentáveis, não é? Que a Gilda estava a começar a dar início a esta resposta, se quisermos ser muito pragmáticos para quem nunca ouviu falar sobre este tema, o que é que são finanças sustentáveis? Como é que finanças podem ser sustentáveis ou insustentáveis?

Nuno Brito Jorge: Então, finanças sustentáveis é, no fundo, se calhar, começando pelo conceito da sustentabilidade e como é que ela se aplica às finanças, se nós pensarmos que a sustentabilidade é a utilização dos recursos que estão atualmente disponíveis sem comprometermos as gerações vindouras, não é? As necessidades das gerações vindouras. As finanças sustentáveis têm que ser aquelas que asseguram que o sistema económico e financeiro e o nosso dinheiro é utilizado de forma a que esta condição de sustentabilidade se cumpra, ou seja, as finanças sustentáveis são aquelas que asseguram que a atividade económica do desenvolvimento económico que existe e que nós precisamos, como bem disseste, para que tudo funcione, é feito de forma a que nós possamos continuar habitar o planeta durante muito anos.

Catarina Barreiros: Então, no fundo, não devia haver finanças não sustentáveis, não é?

Nuno Brito Jorge: Exatamente.

Catarina Barreiros: OK.

Nuno Brito Jorge: Sim, e acho que no início não havia.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: Acho que quando tudo começou não haveria, depois [00:05:00]nós como ser humano e complexo conseguimos transformar tudo, de uma maneira que a certa altura, já é uma confusão tal que temos mais impactos que aqueles que estamos a medir.

Catarina Barreiros: Aqui, o conceito de confusão eu acho que é uma das coisas que os fatores, nomeadamente os ESG e os indícios que começam a crescer querem vir retirar, não é? Ajudar a explicar um bocadinho o que é que está a passar numa dada empresa para poder avaliar o impacto dessa empresa e, se calhar, aqui peço-lhe ajuda para ajudar a explicar os fatores ESG, de que maneira que é que estes fatores ou estas avaliações que pesam nas empresas para atrair investimento, conseguem ajudar-nos a perceber o que se passa efetivamente nas empresas.

Gilda Caetano: Portanto, este acrónimo que referiste, o ESG, o Environmental, Social and Governance, corresponde a um conjunto de indicadores qualitativos e quantitativos que são usados pelos prestadores de informação ESG, a maioria são… podem ser os raters de sustentabilidade e permitem fazer a avaliação do desempenho de sustentabilidade das empresas, embora só este acrónimo esteja na nossa linguagem mais recentemente, há muitos anos atrás, portanto, já no século passado, ele era usado. E, recuando ao aparecimento do primeiro fundo, o primeiro fundo ESG, ou pelo menos um dos primeiros fundos ESG, apareceu nos anos 70, portanto, em 1970, o Índice Dow Jones de Sustentabilidade Index aparece em 1999, no entanto, o crescimento, o grande boom, a grande sensibilização para este tema, é algo que se calhar é de há 5, 6 anos, se calhar por motivos que têm a ver com a crise de 2008, com a crise financeira, por motivos que têm a ver com as alterações climáticas, pelo facto dos balanços das empresas, os balanços dos bancos não refletirem realmente este tipo de externalidades, que são externalidades provocadas pelas alterações climáticas, pelo facto de uma empresa não seguir boas práticas de governance, pelo facto de uma empresa não ter preocupações em termos de mostrar que conduz o negócio sem provocar danos ao ambiente ou pelo respeito pelos seus colaboradores, ou pelo respeito pelos direitos humanos. Portanto, isto é aquilo que se mede pelo acrónimo ESG, são esta quantidade de indicadores qualitativos e quantitativos que permitem dar o selo de acordo com os score, de acordo com a pontuação, ou também de acordo com o nível de risco que se atribui a uma empresa, porque depois o mercado distingue… o mercado dos índices de sustentabilidade, depois também consegue distinguir a empresa que está no topo, e a empresa que tem um maior nível de risco. É, por exemplo, rater de sustentabilidade a Sustainalytics, distingue as empresas pelo seu nível de risco, ou o caso de uma Vigeo, ou Standard & Poor’s SAM, distingue as empresas pela pontuação, no caso da EDP, a EDP tem um percurso, uma história já um pouco longa de responder a índices de sustentabilidade, tendo começado por responder, por exemplo, aos índices da Standard & Poor’s SAM, já talvez em 2003, mas conseguiu integrar apenas em 2008. Desde então, estamos no topo, somos número um ou somos número dois, e a nível de risco, por exemplo, da Sustainalytics estamos num nível de risco médio, sendo que ainda estamos num nível que…

Catarina Barreiros: Dá para evoluir, mas já é considerável.

Gilda Caetano: Sim, porque numa escala de 0 a 100, o nível médio é o n.º 22, por exemplo, portanto, estamos muito bem.

Catarina Barreiros: Certo, achava que estaria 50, não, mas certo, 22 já é bastante melhor. Certo.

Gilda Caetano: Não, estamos no nível 22 numa escala de 0 a 100 de nível de risco, e as nossas pontuações, por exemplo, dadas pela Standard & Poor’s SAM, são no topo, portanto, andamos sempre ali no valor médio de 87 numa escala de 0 a 100, portanto, somos considerados um bom ativo para se investir em termos de sustentabilidade.

Catarina Barreiros: Isso é interessante ter falado do risco e de ser atrativo ou não, porque parece-me, lá está, do ponto de vista de alguém que é leigo no assunto, que quanto mais empresas são responsáveis, mais atrativas se tornam para investidores [00:10:00], portanto, isto é bom para toda a gente, é bom para toda a gente estarmos a falar sobre medir o impacto e medir as tais externalidade que há uns anos eram desconsideradas, como efetivamente elas existem, tem de haver alguma accountability, não é? Em relação a elas.

Gilda Caetano: Sim, e esta é a grande necessidade que este mercado ESG traz, a necessidade de transparência, portanto, as empresas têm de ser transparentes. Transparentes na forma como conduzem os seus negócios para demonstrar que o fazem sem controvérsias, para demonstrar que têm boas práticas de governo societário, porque cada vez mais os investidores procuram as empresas onde querem investir, distinguindo aquelas que apresentam os melhores indicadores, e isto tudo implica que haja uma máquina montada para quê? E termos de sistemas, para rapidamente se fornecer a informação e recursos humanos com as apetências para dar resposta a esta grande procura ESG que a EDP cada vez sente mais. Por via de investidores, por via das ciências de rating ESG, e também agora por via das agências financeiras convencionais, que são pressionadas pela via regulatória, para integrarem os fatores ESG nos…

Catarina Barreiros: na tomada de decisão, não é? De…

Gilda Caetano: Na atribuição dos ratings de crédito às empresas.

Catarina Barreiros: Hum-hum. E é interessante perceber também que a própria Bloomberg diz mesmo, as empresas mais resilientes são aquelas com fatores de ESG mais elevados, durante a pandemia, as que continuam sempre a superar-se são as que têm os índices mais elevados, o que é um bom sinal. Mas isto para as empresas, é um mercado muito grande, com uma escala grande, mas a nível individual? Se… o que é que significa para mim enquanto pessoa, investir o meu dinheiro em vez de estar parado num banco onde eu não sei onde é que ele está, o que é que significa colocá-lo a render num negócio sustentável, qual é o impacto que isto pode ter? É uma pergunta difícil.

Nuno Brito Jorge: Se me estiver a fazer essa pergunta a mim, só há uma aplicação possível.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: É claro que, como indivíduos, nós temos muitas opções que nos são dadas, não é? Se calhar, tem cada vez mais sobre o aquilo que nós podemos fazer com o nosso dinheiro, e temos desde logo uma escolha à partida, importa mais do que o lucro, ou só me importa o lucro? Para quem importa só o lucro, tenho uma panóplia gigantesca de coisas em que podem investir, desde criptoativos, até a aplicações mais convencionais, depois se estivermos a pensar já “não, eu sou um cidadão que quero contribuir para um desenvolvimento mais sustentável e consciente e quero saber onde é que o meu dinheiro está a ser utlizado”, passamos a ter se calhar layers de possibilidades de investimento, que vão desde fundos de investimento para quem tiver capacidade para investir, há ações obviamente, ETF’s, e depois começamos a entrar nas aplicações um bocadinho mais alternativas, como pode ser, por exemplo, o caso da GoParity, no nosso caso, que acho que é… suponho que é o que é suposto explicar agora.

Catarina Barreiros: Certo, certo, ceto. Eu fiz a pergunta direcionada por causa disso.

Nuno Brito Jorge: No nosso caso, aquilo que nós oferecemos é a qualquer pessoa, a possibilidade de emprestar dinheiro diretamente a um negócio que pode ser o próprio negócio em si o negócio sustentável ou que precise de financiamento para um projeto de sustentabilidade. Portanto, pode ser, por exemplo, uma fábrica de sapatos que quer comprar painéis solares ou pode ser para montar uma fábrica de sapatos vegan.

Catarina Barreiros: OK.

Nuno Brito Jorge: Por acaso temos as duas coisas já na plataforma até.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: Portanto, o impacto que vai ter o nosso dinheiro a partir desse momento, é o impacto que tiver o negócio em si naquela proporção, vamos imaginar, se nós dermos 1.000,00€ de um investimento 100.000,00€, pois, nós vamos contribuir com um décimo da poupança em emissões de CO2, criar um décimo, um centésimo, perdão.

Catarina Barreiros: Um centésimo, sim, não tem mal.

Nuno Brito Jorge: Dos empregos, tudo isso. E nós o que fazemos medir seis indicadores-chave, que vão desde a energia poupada, às emissões de CO2, às comunidades empoderadas, os empregos criados, as mulheres em posição de liderança, e dar ao investidor métricas tangíveis e que ele consegue perceber, daquilo que o seu dinheiro está a causar.

Catarina Barreiros: A ser aplicado.

Nuno Brito Jorge: E claro que há também um retorno financeiro associado, há sempre uma taxa de juro associada a todos os empréstimos feitos na plataforma.

Catarina Barreiros: Portanto, nós quando estamos a falar de investimento sustentável, nós não estamos a falar de perder dinheiro, não é? E eu acho que às vezes as pessoas têm um bocadinho esta reticência que é assim, “mas projetos de sustentabilidade têm mais risco”, já vimos que não muitas vezes, não é? Ou o que é que será que vai acontecer ao dinheiro? Na verdade, nós simplesmente temos mais controlo no caso, por exemplo, da GoParity, sou cliente, portanto, acho que é fácil de falar.

Nuno Brito Jorge: [00:15:00] Folgo em saber.

Catarina Barreiros: É explicar onde está a ser alocado o dinheiro, mas nós também podemos fazer estas perguntas aos nossos bancos, não é? Há bocadinho, estávamos a falar sobre o peso da regulação e o peso de… que já existe, para que a banca também diga “OK, agora só podemos emprestar a este tipo de negócios”, nós podemos perguntar onde é que está a ser alocado o nosso dinheiro, e podemos alocar, lá está, ou em fundos, caso tenhamos muito dinheiro para investir, mas existe um direcionamento que podemos fazer enquanto cidadãos, e enquanto empresas também, nós enquanto empresas podemos escolher alocar, onde é que vamos investir os nossos negócios, e é uma coisa que também que tem sido o presente na EDP, não é? A escolha de onde alocar o investimento, é uma decisão que afeta o bem-estar da empresa, ou seja, que a resiliência, o tal risco tem vindo a perceber, é mitigado pelos investimentos cada vez mais sólidos que fazem em função da sustentabilidade neste tipo de fundos ou com este tipo de meios, sentem isso como um impacto positivo mesmo na relação com o público, portanto, é por questão direta entre… as pessoas percebem vocês estão a fazer este investimento? E percebem que ao estar a ter energia EDP estão a fazer uma escolha em prol do planeta? Ou ainda acha que estamos muito distantes desde “onde é que vou escolher o meu dinheiro”, para “onde é que a empresa que eu estou a escolher está a investir o seu dinheiro”?

Gilda Caetano: Esta pergunta, dava para…

Catarina Barreiros: Certo.

Gilda Caetano: Fazermos aqui, andar à volta dela, porque no caso específico da EDP, o percurso da empresa onde eu trabalho, a estratégia começou a ser direcionada para as energias renováveis e definida que ia ser o caminho muito antes de haver uma grande pressão regulatória nesse sentido, portanto, a orientação em 2006 foi investirmos em renováveis e a concretização…

Catarina Barreiros: 2006, portanto, muito antes de… OK.

Gilda Caetano: Sim, em 2006, sim.

Catarina Barreiros: Certo.

Gilda Caetano: E tem sido esse o percurso que a EDP tem feito até ao momento, sendo que neste preciso momento em que se fez um anúncio do novo plano estratégico, é sermos completamente renováveis em termos de potência instalada, em 2030, e também anunciámos que não iremos produzir mais eletricidade com base em combustíveis fósseis, a partir, portanto, ser completamente free nesse tipo de energias, a partir de 2025.

Catarina Barreiros: Que está quase.

Gilda Caetano: Sim.

Catarina Barreiros: Ainda por cima.

Gilda Caetano: E, portanto, e começámos a anunciar também ao mercado que fizemos o descondicionamento, já foi anunciado de Sines, o ano passado, e de algumas centrais em Espanha. Isto para dizer o quê? Que quando a EDP decide em 2018 por pressão também dos peers e pressão do lado dos investidores, em emitir verde, portanto, a EDP faz em outubro a sua primeira emissão de obrigações verdes, não foi no sentido de “OK nós queremos mostrar que somos verdes”, porque o nosso percurso já era verde desde o anúncio da estratégia de 2006, mas foi para dar um selo a uma causa…

Catarina Barreiros: Ao consumidor, não é?

Gilda Caetano: Um selo ao mercado financeiro de que estávamos, estamos nesse caminho, do caminho da sustentabilidade, e que os impactos que aquele investimento vão… que os investidores vão beneficiar, são impactos ambientais que eram medidos por um conjunto de indicadores e que há um conjunto de progresso relativamente a esses impactos ambientais.

Catarina Barreiros: Portanto, é demonstrável?

Gilda Caetano: É demonstrável, porque é essa a grande vantagem quando se faz a emissão de acordo com um conjunto de procedimentos, e esses procedimentos seguem determinadas regras, e é essa a vantagem de se demonstrar o tal selo verde.

Catarina Barreiros: É a traçabilidade, é a confiança que é depositada.

Gilda Caetano: É a confiança que é depositada.

Catarina Barreiros: Um consumidor percebe isto? Se calhar, vocês trabalham muito diretamente com pessoas, não é? Porque eles ligam às empresas. Reparam que temos um consumidor mais interessado em fazer este tipo de investimentos e que quer compreender como é que isto se processa a nível de ação individual, a nível ação empresarial, ou acham que ainda falta muito em Portugal para chegarmos aí?

Gilda Caetano: Eu acho que estamos cada vez mais perto.

Catarina Barreiros: OK.

Nuno Brito Jorge: Desde quando trabalhas em sustentabilidade, no meu caso, por exemplo, estava habituadíssimo a ser sempre aquela [00:20:00], o único dos amigos que falava daquilo, e mesmo quando trabalhava na EDP, eu era o chato do ambiente, que trabalhava no meio dos engenheiros e não-sei-quê. Mas a EDP, já agora, disclaimer, quando falou em 2006, em 2006, eu estava ainda em Bruxelas, e nessa altura, acho que a EDP ainda hoje ganha imenso com a visão que houve nessa altura de seu um dos primeiros grandes players de energias renováveis, e com a compra de Horizon Energy nos Estados Unidos e que de repente ficou um dos maiores players mundiais, e acho que mesmo hoje de facto a EDP, como foi dos primeiros a traçar este caminho.

Catarina Barreiros: É a prova de que é possível.

Nuno Brito Jorge: É possível, e é possível para uma empresa portuguesa, ainda por cima. Mas estava a dizer, que nos últimos anos esta coisa de ser os maluquinhos da sustentabilidade existe cada vez menos, e acho que está, facto cada, vez mais mainstream, e eu, uma das coisas que tinha aprendido foi “não julgues o mundo pelas pessoas à tua volta”, porque nós estamos na sustentabilidade, falamos só com as pessoas da sustentabilidade, a certa altura, achamos “está toda a gente muito mais consciente”, mas não está. E se nós formos passear para o Colombo à tarde, nós vamos ver pessoas que se calhar 70% estão-se a marimbar se há alterações climáticas ou se não há.

Catarina Barreiros: Ou não sabem o que é.

Nuno Brito Jorge: Alterações climáticas ou finanças sustentáveis, ou o que for. Mas acho que está, mas pelo menos o conceito já é familiar, de certeza. E, se calhar, também já são sensíveis à marca que lhes deu o estímulo certo para…

Catarina Barreiros: Para começar a pensar nisso.

Nuno Brito Jorge: …para fazerem a compra. Ou seja, eu acho que ainda não é o cidadão que lidera esta transição, já são os consumidores que metem muita exigência, mas não tenho nenhuma dúvida que os últimos 2 anos, desde os plásticos, a Greta Thunberg e depois a pandemia estão a despertar muitas consciências. E nós no nosso caso, temos um nível de exigência enorme dos nossos utilizadores, ou seja, se nós abrirmos um projeto que é de painéis fotovoltaicos num centro comercial, nós vamos receber e-mails de pessoas a dizer “atenção, tudo bem que isto é energia solar, mas há ali promoção do consumo [sobreposição de vozes]”.

Catarina Barreiros: Não sustentável, certo. OK.

Nuno Brito Jorge: Portanto, temos… as pessoas estão despertas para isto.

Catarina Barreiros: A vantagem é que podemos não alocar aí o dinheiro. Podemos alocar noutro sítio.

Nuno Brito Jorge: Exatamente, pode escolher onde é que coloca na mesma.

Catarina Barreiros: Exato. Isto é muito interessante, porque quando eu estava a falar aqui do consumidor puxar e há bocadinho falamos de a relação também puxar, o que é que falta fazer? O que é que falta fazer para mostrar que esta mudança é possível, é desejada, e lá está, temos o exemplo da EDP, uma empresa gigante que trabalha num dos segmentos mais importantes para as alterações climáticas que é a energia e que conseguiu a dar este passo gigante. O que é que precisamos de fazer para que isto se torne o mainstream? Há pouco, antes de entrarmos, falávamos sobre como há duas décadas, as pessoas que queriam as renováveis eram vistas assim como um bocado as hippies de serviço, não é? O que é que falta para agora chegarmos a um ponto em que já nem sequer é uma questão, e que só vai haver investimento sustentável?

Gilda Caetano: Eu acho que já não há retorno.

Catarina Barreiros: OK, estamos já lançados.

Gilda Caetano: Sim, já não há retorno e estamos num momento de viragem em que o paradigma do financiamento é o financiamento sustentável. E o que é que isto significa? Significa que tem de haver absorção pelos vários intervenientes do mercado financeiro neste caso as empresas, os bancos, os investidores, os reguladores, os governos, os cidadãos. É claro que os cidadãos estão…

Catarina Barreiros: No fim da cadeia alimentar.

Gilda Caetano: Estão no fim da cadeia, mas os sinais começam por ir por via da regulação e ela está aí, ela começou a ser desenhada a partir… eu foco-me sempre em 2015, porque é um marco, é o marco do Acordo de Paris, é um marco do aparecimento das recomendações da task force para o reporte da informação financeira relativa ao clima, e também a 2017, em que o Banco Europeu de Investimento faz a sua primeira emissão verde. E, portanto, os sinais começaram ali, e a regulação começou a desenvolver-se, no caso europeu, com a constituição de um grupo de trabalho específico mandatado pela Comissão Europeia nesse sentido, em que ele, esse grupo é mandatado para elaborar um livro de recomendações do que é que seria as finanças sustentáveis, e que depois é absorvido através de um plano de ações, de 10 ações, que se concretiza através de pacotes legislativos, e, portanto, estes pacotes legislativos é que vão trazer [00:25:00] a grande mudança porque vão obrigar os agentes a dar o caminho do investimento sustentável e o caminho do consumidor, que está no final da cadeia, saber que vai comprar um fundo e que esse fundo é sustentável, ou que…

Catarina Barreiros: O consumidor que está no fundo da cadeia, mas que contribuiu para o Governo legislar e, portanto, através do seu voto, não é? Portanto, temos essa parte também positiva.

Gilda Caetano: Mas este será o caminho, é ver a linguagem comum, a linguagem de comum sobre o entendimento a nível mundial do que é que é o investimento sustentável, isto implica uma grande articulação entre aqueles que estão na Europa que neste momento estão na dianteira deste financiamento sustentável, com os outros organismos a nível internacional. Um exemplo disso, porque uma das grandes prioridades será a tal transparência que estão sempre a falar, a transparência ESG, que se pede, e um exemplo é um dos órgãos responsáveis pelo reporte de informação financeira, que são a fundação dos FRS’s, estar a trabalhar neste momento para constituir uma governance para o reporte de informação de sustentabilidade e isto é o início da tal grande mudança.

Catarina Barreiros: OK.

Gilda Caetano: É, neste momento, é tudo voluntário, existem várias metodologias, mas há de chegar ao momento em que vão estar ao mesmo nível…

Catarina Barreiros: De uma linguagem comum.

Gilda Caetano: Numa linguagem comum ao mesmo nível do financeiro em que vários Estados aderiram a este reporte mandatado pelas FRS’s.

Catarina Barreiros: Que já acontece no mercado há muitos anos. Não é, é da maneira…

Gilda Caetano: Há muitos anos. Sim.

Catarina Barreiros: Da linguagem sustentável, não é?

Gilda Caetano: Na linguem sustentável.

Catarina Barreiros: É especialmente relevante, se calhar, estava a dizer que estamos na dianteira na Europa, o resto do mundo está também a ver e, se calhar, com estes bons exemplos de que é rentável, é possível, é desejável, é bom para todos conseguimos que grandes fundos internacionais comecem a pôr um bocadinho os olhos nos que está a acontecer cá também, que temos fundos com imenso sucesso a conseguir liderar o desenvolvimento sustentável. Numa perspetiva mais de quem está todos os dias com outras pequenas empresas, ou que têm pequenos projetos, o que é que falta para ajudar as empresas a serem mais transparentes, como a Gilda estava a dizer, a participarem mais nestes ESG, a conseguirem querer esta traçabilidade e a mudar, o que é que lhes faz falta? Em que é que podemos ajudá-los?

Nuno Brito Jorge: Eu estava a ouvir o que Gilda estava a dizer e claro, que não discordo de nada do que disse, eu só acho é que nada disto vai acontecer a tempo, quer dizer, acho que há um défice de urgência em tudo isto, e depois da urgência, mesmo que seja implementado a tempo, há uma margem tão grande para se fazer as coisas de maneiras a que elas de facto não correspondam àquilo que é, que eu acho que falta mesmo é obrigatoriedade, obrigatoriedade mas a toda a escala, tipo o Jeff Bezos e o Richard Branson não podem apanhar um foguetão para ir ao espaço agora, não podem, eles têm que ser multados ou castigados, ou proibidos, não importa, não se pode, não se pode fazer.

Catarina Barreiros: Com o objetivo de se divertirem, certo?

Nuno Brito Jorge: Não pode ser, “vou levar os meus amigos ali ao espaço e venho já”, mas depois… porque agora é as alterações climáticas, mas podia ser a fome em África, não interessa. Ao mesmo tempo que nós estamos numa sociedade que está de facto a evoluir, nós continuamos numa sociedade que continua a premiar uma data de coisas erradas, do ponto de vista de valores, futilidade, egoísmo, há um…

Catarina Barreiros: Mas quem é que regula isso?

Nuno Brito Jorge: Não sei quem é que regula, não sei, não sei. Não sei, porque depois no fim do dia, compramos na Amazon, não é? Que é o mais grave disto tudo. Portanto, não sei. Eu não sei como é que isto se resolve, sinceramente. Acho que é cada um ter a sua consciência, mas desconfio que nós assim não chegamos lá a tempo. Ainda hoje houve mais um aviso do Comité da ONU para as alterações climáticas sobre se estamos no tipping point, no ponto sem retorno.

Catarina Barreiros: Acho que as notícias do início do verão têm ajudado a compreender, entre cheias e inundações, acho que hoje em dia, na Europa, estamos muito alerta para estes assuntos. Percebo a desmotivação, percebo-a.

Nuno Brito Jorge: Não é desmotivação, eu estou motivado na mesma, mas, tipo, é mais lotaria já, quase.

Catarina Barreiros: Mas estamos num caminho, estamos a fazer um caminho. Podemos é não chegar a tempo. Então, vamos pôr isto ao contrário, que é, se calhar do ponto de vista do consumidor, porque de facto é verdade, nós, [00:30:00]por um lado, as entidades regulatórias estão cada vez mais em cima do assunto, por outro lado, as empresas também estão cada vez mais em cima do assunto, por outro lado, temos o cidadão a comprar na Amazon. OK. Como é que… se calhar o que faz falta é esta comunicação para o cidadão, é esta consciencialização do cidadão em explicar o impacto que todos os seus investimentos têm. Seja um investimento real num ativo financeiro, seja uma compra no supermercado, numa banana da Madeira ou uma banana da Costa Rica, seja numa compra da Amazon versos numa loja do Sr. Zé que está na esquina. Como é que nós podemos explicar finanças sustentáveis, que é um tema tão complexo, de maneira a que as pessoas percebam que todas as suas compras são um voto, tudo aquilo em que gastam dinheiro é provavelmente um voto diário que fazem. Como é que podemos explicar às pessoas? Como é que podemos ajudar a que não seja tarde demais?

Nuno Brito Jorge: Sim, é uma boa pergunta. Eu, o melhor benchmark que me ocorre é o da nutrição, é o quando perceberam no Reino Unido que é impossível ensinar as pessoas o que é que são os hidratos de carbono, e os lípidos, e dos quais açúcares, e saturadas e insaturadas e não-sei-quê.

Catarina Barreiros: Da tabela, sim.

Nuno Brito Jorge: Há um semáforo.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: E se eu comer isto, isto é um sinal vermelho, tipo “não comas muito ou vai correr mal”, não é?

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: Amarelo, “come, mas não abuses”. E verde “podes comer à vontade, é mais ou menos saudável”.

Catarina Barreiros: OK.

Nuno Brito Jorge: Se calhar, nós temos que arranjar uma coisa do estilo para os produtos financeiros e para… e por outro lado, para os produtos de consumo ter também um semáforo do impacto, o semáforo da sustentabilidade, não é? Porque senão estamos sempre a pôr no consumidor um nível de informação e de pesquisa…

Catarina Barreiros: Que ninguém tem tempo para fazer.

Nuno Brito Jorge: Que ninguém tem capacidade para… claro.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: Ninguém tem, ou seja, eu não posso saber quantos litros de água gastaram para fazer o algodão da t-shirt que eu vou comprar na marca não-sei-quê, não dá.

Catarina Barreiros: Nem quanto é que recebe o trabalhador da primeira linha, e da segunda.

Nuno Brito Jorge: Exatamente.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: E depois, mesmo se me dizem, X toneladas de CO2, as pessoas sabem lá se uma tonelada ou 10 toneladas é muito diferente.

Catarina Barreiros: Certo.

Nuno Brito Jorge: Sabem que um é 10 vezes mais do que o outro, mas o que é que é isso no âmbito global? Eu acho que, não só, de facto, talvez a chave passe por simplificar ao máximo, mas também, eu acho que tem que haver uma mão regulatória aqui.

Catarina Barreiros: Estou de acordo, então.

Nuno Brito Jorge: Muito importante, acho que sim.

Gilda Caetano: Sim, claro que sim, porque a regulação que está em curso, e falo mais desta porque é aquela que conheço melhor.

Nuno Brito Jorge: Está a falar da taxonomia?

Gilda Caetano: Da Comissão Europeia, portanto, a regulação da Comissão Europeia, através do plano que eu referi há bocado das 10 ações de finanças sustentáveis, tem mesmo esse propósito, o propósito de quê? De através de uma linguagem comum, poder atribuir labels aos produtos financeiros por forma a que quem está a adquirir saiba que aquilo está a contribuir para um objetivo de sustentabilidade, que está a provocar um conjunto de impactos, e que esses impactos estão a ser monitorizados, e por outro lado, o consumidor também vai saber que o produto que está a comprar tem o tal semáforo vermelho, verde e o intermédio. Portanto, esta arquitetura que está em curso alguma das quais já entrou em vigor nos países, nomeadamente ao nível do mercado financeiro, que é a regulação dos sustainable finance disclosure report, que está em curso desde março de 2021, e para as empresas, e também com impactos para os agentes do mercado financeiro, a taxonomia desde maio deste ano de 202,1 em que, no caso das empresas que são obrigadas a reportar um conjunto de informação que permite dizer e informar qual é que é a parte das suas receitas, ou qual é que é a parte do seu investimento que está alinhada com a taxonomia, portanto, estamos a assistir a um conjunto de imposições que estão-se a colocar às empresas, que permitem no médio prazo conseguir distinguir se as empresas estão ou não, ou se os agentes do mercado financeiro estão ou não a colocar produtos que estão alinhados com essa linguagem que é o investimento sustentável.

Catarina Barreiros: Portanto, está a ser feito, alguma coisa?

Gilda Caetano: Está a ser feito.

Catarina Barreiros: Pode não ir a tempo, mas está a ser feito alguma coisa? Calma. Sinto aqui uma discordância.

Nuno Brito Jorge: Não é discordância, estava a pensar.

Catarina Barreiros: Podemos discordar, está tudo bem.

Nuno Brito Jorge: Não, não, eu concordo. Estava a pensar é: quão, [00:35:00]quanto é que nós acreditamos que tudo isto depois consegue fazer o narrowing down até chegar ao projeto que está no terreno.

Catarina Barreiros: Ao vermelho, verde e amarelo.

Nuno Brito Jorge: Não, não, isso eu até acredito. Mas depois se fizermos o caminho inverso, será que nós vamos conseguir facto fazer a traçabilidade que é: este produto é verde e chegou até aqui, e estes são os projetos que ele está a financiar, porque no final o que eu vou comprar é verde porque financia este tipo de projetos, não é? Mas é como quando compramos créditos de carbono, hoje em dia, também já é regulado, também já são as Nações Unidas que gerem, mas no final, é tipo há ali uma hidroelétrica no Mianmar, não-sei-quê.

Catarina Barreiros: Sim.

Gilda Caetano: Eu acho que um bom exemplo talvez seja, eu vou outra vez para números, gosto dos números.

Catarina Barreiros: Nós gostamos de números.

Nuno Brito Jorge: Uma economista.

Catarina Barreiros: Exato.

Gilda Caetano: Foi publicado recentemente um documento que faz a monitorização das abordagens de investimento sustentável, e se no relatório passado, portanto, isto tem sempre desfasamento de anos, portanto, isto é de 2020, o anterior era de 2018, porque é de 2 em 2 anos, em 2018, a abordagem de investimento que era, que tinha maior peso era a abordagem de investimento da exclusão, ou seja, distinguia-se os investimentos sustentáveis com base no facto de ou se investir em nuclear, ou se investir no tabaco, portanto, isso eram considerados investimentos não sustentáveis, a partir daí, então poderia se fazer a análise dos tais fatores ESG. Em 2020, o que é que se assistiu? Esta abordagem perdeu o primeiro lugar para a abordagem dos fatores ESG. Portanto, os bancos, os agentes do mercado financeiro, começam a sentir a pressão regulatória, porque deles dependem, para integrar os fatores ESG. O que é que isto significa? Significa que tem que começar a demonstrar nos seus websites, por exemplo, não é?, qual é que é a sua política, qual é que é a sua estratégia, e adicionalmente também têm de demonstrar que os produtos que estão a colocar no âmbito da tal a regulação que há pouco falei, que é a sustainable finance disclosure regulation, têm que demonstrar se esses produtos estão a servir o objetivo A ambiental, ou o objetivo B ambiental, ou que tipo de características ambientais e sociais eles estão a servir, portanto, há esta pressão regulatória que…

Catarina Barreiros: Que se consiga demonstrar…

Gilda Caetano: Para se consiga demonstrar. É claro que isto tudo tem prazos, ou seja, porque não é de repente que se que se muda a orgânica, da mesma forma que no século passado, as empresas não se adaptaram logo às normas FRS’s, portanto, tudo tem o seu tempo de maturação e de aprendizagem. Porque isto do mundo ESG, não é numa hora, ou não é duas horas que nós captamos o significado e o entendimento para mostrar. Mas é claro que a regulação vai-nos ajudar com os seus timings, com o seu faseamento, para permitir que todos… para que ninguém fique para trás.

Catarina Barreiros: Então, se tivéssemos de escolher uma ação individual, assim que quem estiver a ver-nos desligar este episódio que possa pôr em prática em função de finanças sustentáveis para melhorar essa parte da sua vida, o que é que pode fazer?

Nuno Brito Jorge: Essa pergunta a mim é fácil, não é?

Catarina Barreiros: Tudo bem, a resposta que for.

Nuno Brito Jorge: Ir ao site da GoParity, abrir uma conta e fazer o seu primeiro investimento sustentável para se tornar um investidor de impacto.

Catarina Barreiros: Para quem não tem este viés de… estou a brincar. Uma ação que um indivíduo possa fazer hoje que possa ajudar a melhorar o seu contributo para a sustentabilidade no que diz respeito às finanças sustentáveis.

Gilda Caetano: Ocorreu-me visitar o site da EDP, na área da sustentabilidade, e visitar a nossa página do sustainable finance, e…

Catarina Barreiros: Aprender mais sobre o tema, no fundo, não é?

Gilda Caetano: E contactar-nos para falarmos um pouco mais sobre o tema.

Catarina Barreiros: Boa, perfeito. Se calhar encarramos aqui com um mix da abordagem dos dois, que é: efetivamente, está alguma coisa a ser feita em relação às finanças sustentáveis, parece que estamos no bom caminho, poderá não vir a tempo, não é? E isto só é a prova de que é mesmo agora ou nunca.

Somos todos agentes de mudança, e juntos [00:40:00]podemos transformar o mundo. É Agora ou Nunca, um podcast EDP que discute o presente e procura soluções para um futuro mais sustentável. Acompanhe o podcast É Agora ou Nunca, no Spotify ou em edp.com.