Patrimónios naturais da humanidade. Como é preservado o património natural

Alguns estão em vias de se perderem, por isso é importante olharmos com atenção para o património natural da humanidade e as suas formas de preservação.

 

A UNESCO classifica como Património Natural da Humanidade os locais naturais mais excecionais do mundo, caracterizados pela sua notável biodiversidade, ecossistemas, geologia ou fenómenos naturais. Entre o Grand Canyon, que retrata 2 biliões de anos de história da Terra, ou as ilhas Galápagos, que inspiraram Charles Darwin na teoria da evolução das espécies, o reconhecimento internacional já abrange cerca de 3.500.000 km2. São 252 os paraísos atualmente inscritos na lista dos locais Património Natural da Humanidade. Mas esta lista pode mudar a qualquer momento.

Como Confúcio, estou tão absorvida pelo encanto que sinto pela terra e pela vida que a habita que não tenho tempo de pensar no paraíso nem nos anjos. - Pearl S. Buck 

Damos início a este artigo com a apresentação de 10 locais emblemáticos que são  Património Natural da Humanidade e vitais para o planeta. Terminamos com os riscos que ameaçam a lista de mais 252 locais naturais a preservar e o que é possível fazer para que isso não aconteça.

10 locais Património Natural da Humanidade

1 - Parque Nacional Impenetrável de Bwindi, Uganda

Integrado na mais rica e mais antiga floresta de África (25.000 anos), este parque foi fundado em 1991 para proteger os gorilas da montanha. Alberga atualmente cerca de 350 gorilas, além de mais de 200 espécies de árvores, 120 espécies de mamíferos e mais de 350 espécies de aves.

2 – Parques das Montanhas Rochosas, Canadá

Quando se trata de paisagens deslumbrantes, é difícil não mencionarmos as Montanhas Rochosas do Canadá, onde existem Parques Nacionais (Banff, Jasper, Kootenay e Yoho), bem como inúmeros glaciares, fontes termais, montanhas, rios, e uma abundante e diversificada vida selvagem – de onde se destacam alces, ursos, pumas, lontras, lobos, entre outros.

3 - Complexo de Conservação da Amazónia Central (CACC), Brasil

Com mais de 13 milhões de hectares, o CACC é a maior área protegida da Bacia Amazónica, estendendo-se por 40% da América do Sul. É um dos repositórios de maior biodiversidade de flora do mundo, incluindo, por exemplo, florestas de Várzea e Igapó e espécies em vias de extinção, como o peixe-boi da Amazónia, duas espécies de golfinhos do rio e o jacaré-preto.

4 – Ilhas Galápagos, Equador

Este arquipélago de ilhas vulcânicas, localizado a cerca de 900.000 quilómetros da costa do Equador, foi o primeiro local a integrar a lista da UNESCO, em 1978. Os seus ecossistemas dinâmicos e diversificados, abrigam espécies como o Atobá de pata azul, corvos-marinhos, tartarugas gigantes, pinguins de Galápagos e iguanas marinhas.

5 - Floresta Laurissilva, Madeira

Esta floresta indígena, que já existia aquando da chegada dos navegadores portugueses, é uma relíquia do Terciário. Ocupa uma área de cerca de 15.000 hectares, o equivalente a 20% do território da ilha da Madeira. Totalmente incluída na área do Parque Natural da Madeira, encontra-se protegida por legislação regional, nacional e internacional, albergando espécies vegetais e animais únicos à escala planetária e habitats naturais muito relevantes para a preservação da diversidade ecológica. H3.  6 – Parque Nacional do Iguazú, Argentina

Classificada entre as atrações naturais mais impressionantes da América do Sul, as Cataratas do Iguaçu são o maior sistema de cascatas do mundo, mais alto do que as Cataratas do Niágara e mais largo do que as Cataratas Vitória. Cercadas por uma exuberante floresta tropical, abrigam uma vida selvagem rica, de onde se destacam macacos bugios, onças, antas e mais de 2.000 espécies de plantas.

7 – Parques nacionais de Nanda Devi e Vale das Flores, Índia

A deslumbrante paisagem destes parques foi buscar o seu nome à segunda montanha mais alta da Índia (Nanda Devi). Quando chega o verão, o Vale das Flores cobre-se de flores, transformando-se numa zona de caminhadas absolutamente mágica. Em ambos os Parques é possível encontrar uma biodiversidade impressionante, incluindo espécies em vias de extinção, como o leopardo-das-neves e o cervo-almiscarado do Himalaia.

8 – Santuários do Panda gigante de Sichuan, China

Composto por sete reservas naturais e por nove parques cénicos, o Sichuan Giant Panda Sanctuaries abriga mais de 30% da população mundial de pandas gigantes. Representando uma das regiões mais ricas em botânica do planeta (com 5.000 a 6.000 espécies de plantas), é um refúgio seguro para o Panda Vermelho, o Leopardo Nublado e o Leopardo da Neve.

9 – Pantanal, Brasil

Estendendo-se por cerca de 195.000 Km2, a maior zona húmida do mundo, o Pantanal, remoto e relativamente inacessível, acolhe uma impressionante biodiversidade. A área do Parque Estadual do Encontro das Águas é indiscutivelmente o melhor lugar do mundo para avistar o Jaguar. A região possui mais de 230 espécies de mamíferos, mais de 1.000 espécies de aves, 90 espécies de morcegos e 80 espécies de répteis.

10 – Área de Conservação de Ngorongoro, Tanzânia

É o único lugar na Tanzânia que protege a vida selvagem e que, simultaneamente, permite que o Homem o habite. A cratera de Ngorongoro, a maior cratera vulcânica intacta do mundo, abriga mais de 25.000 animais (entre eles búfalos, hipopótamos, gazelas e gnus), uma densa população de leões e milhares de flamingos, que costumam migrar para o Lago Magadi.

Muito para além da beleza

Para além da sua inegável beleza, estes locais desempenham funções vitais à vida do planeta.

Proteção de espécies ameaçadas

Os locais classificados como Património Natural da Humanidade - como o Parque Nacional do Serengeti (Tanzânia), as Ilhas Galápagos (Equador), o Parque Nacional de Yellowstone (EUA) e a Grande Barreira de Coral (Austrália) - abrigam habitats cruciais para muitas espécies icónicas e acolhem belezas naturais únicas, paisagens deslumbrantes, processos ecológicos raros e biodiversidade excecional. Muitas vezes, são o último refúgio para espécies ameaçadas ou em vias de extinção, como o gorila da montanha, o panda gigante e o orangotango.

Aliados na mitigação dos impactos climáticos

As florestas são dos habitats mais ricos em biodiversidade da Terra, assumindo um papel vital na absorção de dióxido de carbono (CO2), posicionando-se como uma das formas de combate às alterações climáticas menos dispendiosas. Estima-se que cerca de 1,6 biliões de pessoas – incluindo mais de 2.000 culturas indígenas – dependam das florestas para a sua subsistência, medicamentos, combustível, comida e abrigo.

Mais de 200 locais Património Natural da Humanidade abrigam ecossistemas florestais únicos, numa área total de mais de 69 milhões de hectares (aproximadamente o dobro do tamanho da Alemanha). Graças a estas, 190 milhões de toneladas de dióxido de carbono são absorvidas da atmosfera anualmente.

Fonte de receitas

Milhões de pessoas dependem diretamente dos inúmeros produtos e serviços que estes locais podem fornecer. Mais de 90% dos locais naturais listados pela UNESCO criam empregos e geram receitas provenientes do turismo.

As maiores ameaças

A UNESCO tem vindo a zelar pela conservação do património natural, nomeadamente através de proteção, cuidado, gestão e manutenção de ecossistemas, habitats, espécies, dentro ou fora dos seus ambientes naturais, de forma a salvaguardar as condições naturais para a sua conservação a longo prazo. Na Lista do Património Mundial em Perigo da UNESCO, são apresentados os locais – 50 neste momento - que estão sob grave ameaça e cuja preservação exige medidas especiais de proteção.

De acordo com o relatório IUCN World Heritage Outlook 3, divulgado em novembro de 2020, 16 locais viram o seu estado de conservação geral deteriorar-se desde 2017. As alterações climáticas encabeçam a lista das principais ameaças a estes locais.

1. As alterações climáticas (ameaçam mais de 80 locais)

Recifes de corais, pântanos, deltas de baixa altitude e a permafrost (a camada de solo permanentemente congelada), estão entre os ecossistemas mais afetados. Recifes de corais, como a Grande Barreira de Coral (o mais extenso ecossistema de recifes de coral da Terra), o Atol de Aldabra, no Oceano Índico (o segundo maior atol de coral do mundo) e a Barreira de Corais de Belize, no Atlântico (a maior barreira de corais do hemisfério norte), foram afetados pelo branqueamento em massa de corais, que tem vindo a ocorrer nas últimas décadas.

Quase metade dos 46 locais Património Natural da Humanidade onde existem glaciares (reservas naturais de água doce), estão ameaçados pelo aumento das temperaturas, podendo vir a desaparecer até 2100. O Parque Nacional Los Glaciares (Argentina); Te Wahipounamu (Nova Zelândia); Parque Nacional Kilimanjaro (Tanzânia) e os Alpes Suíços Jungfrau-Aletsch, são alguns dos mais afetados.

2. Os impactos negativos do turismo (que se fazem sentir de forma significativa em cerca de 50 locais) e as infraestruturas.

As estradas, barragens, instalações turísticas, mineração e projetos relacionados com extração de petróleo e gás, representam enormes ameaças. Um terço dos animais tem vindo a desaparecer à medida que as estradas invadem florestas.  Prevê-se que sejam construídos 25 milhões de km de novas estradas pavimentadas, em todo o mundo, até 2050 (o suficiente para circundar o planeta mais de 600 vezes), cerca de 90% em florestas tropicais.   

A floresta de Sundarbans (Bangladesh), que abriga o tigre de Bengala real, pode vir a ser severamente afetada pelos impactos das centrais de carvão que estão previstas para perto daquela área. A barragem Stiegler's Gorge pode vir a causar danos irreversíveis a habitats acolhidos pela Reserva de Caça Selous (Tanzânia), lar do rinoceronte negro, também ele severamente ameaçado.

3. A par destas ameaças, as espécies invasoras (que ameaçam mais de 70 locais), a caça furtiva e a falta de financiamento têm vindo também a pôr em risco estes locais insubstituíveis.

Unir as nações para proteger o planeta

Com a pressão crescente sobre as autoridades mundiais em relação à proteção dos locais Património Natural da Humanidade, a UNESCO introduziu, em 1972, a Convenção do Património Mundial, que reúne quase todos os países do mundo em torno de um objetivo comum: conservar os locais naturais e culturais mais excecionais da Humanidade. Neste espaço não há apenas lugar para os governos, reunindo também comunidades locais e povos indígenas, o setor privado e muitas outras partes interessadas.

Um dos principais benefícios desta Convenção, especialmente para os países em vias de desenvolvimento, é o acesso ao Fundo do Património Mundial. Anualmente, cerca de 4 milhões de euros são disponibilizados para ajudar os Estados Membro a identificar, preservar e promover locais Património Natural da Humanidade.

Como podemos, todos nós, contribuir?

1. Divulgar informação sobre estes locais e sobre os perigos que os ameaçam.

2. Participar como voluntário nos programas disponibilizados pela UNESCO para o efeito.

3. Praticar um turismo mais consciente, não contribuindo para a degradação destes locais.

4. Fazer doações a entidades credíveis que estejam a trabalhar em prol da defesa e preservação destes locais.

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