08 Mar 2023
7 min

Na transição energética, o passado também pode ajudar a construir um futuro mais sustentável. O projeto de Vhils dá corpo ao propósito da EDP de apoiar a ​​biodiversidade.

Descarbonizar. Mais do que uma palavra ou ambição, é ação efetiva. A EDP quer ser 100% verde em 2030 e eliminar a utilização de carvão já em 2025. Vai dedicar-se totalmente à energia sustentável do sol, do vento e da água. E descarbonizar não significa apenas substituir as fontes de energia fósseis por energias renováveis: o nosso compromisso com a transição energética e com o planeta vai muito além do encerramento de centrais térmicas, pois inclui uma grande preocupação com a biodiversidade e com a proteção do planeta. O projeto EDP Art Reef, em parceria com Alexandre Farto aka Vhils, demonstra como a energia do passado pode agora ser transformada para gerar vida, no fundo do mar. Um recife artificial, criado com peças de antigas centrais, que poderá ser visitado por mergulhadores certificados. 

Desativação das centrais 

A procura por novas soluções, novas tecnologias e novos caminhos tem sido uma constante ao longo do percurso da EDP, em todas as geografias onde está presente. Rumo a um futuro verde e renovável,  iniciámos a desativação de centrais a carvão, como a de Sines, em 2021. É um processo complexo que passa pelo tratamento cuidado de todas essas instalações, dos terrenos onde se encontram e dos equipamentos que ainda as compõem. Reduzir a pegada carbónica do que está para trás é um compromisso com o planeta, a aposta num futuro verde para a sociedade e para o meio ambiente. 

Reciclar e reutilizar materiais são objetivos da EDP em todos os seus locais de produção e a utilização de alguns desses equipamentos no EDP Art Reef tem benefícios a múltiplos níveis. Peças que ajudaram a produzir energia durante décadas, vão servir agora para gerar nova vida na forma de um recife artificial, uma ajuda para criar um futuro mais sustentável. A transição energética é foco único, mas décadas de história da EDP também não desaparecem com o fim das centrais. A história continua a escrever-se neste projeto criado por Vhils para a costa ao largo de Albufeira, e em muitas outras iniciativas espalhadas pelas várias geografias EDP. 

Na EDP, acreditamos que este é o momento de ficar escrito na pedra que estamos comprometidos com o futuro das próximas gerações. Nunca foi tão importante trocar os combustíveis fósseis pelas fontes renováveis, promover a transição energética e garantir que esta é feita de forma justa e inclusiva. O EDP Art Reef, um projeto pioneiro criado por um grande nome da arte contemporânea, é uma homenagem ao passado do setor elétrico e do nosso país, mas é também um compromisso com o futuro de todos nósVera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP

​Arte sustentável, recriação constante 

Vhils fez da desconstrução a sua forma de arte, ao retirar camadas de tinta, papel, cimento ou azulejo de muros e paredes. A sustentabilidade, o meio ambiente e a ligação das pessoas com as cidades sempre fizeram parte do processo criativo do artista. Com o EDP Art Reef, Vhils pôde dar ainda mais largas à sua imaginação, com a certeza de que a sua arte está a promover uma economia circular e ainda servirá de terreno para o desenvolvimento de um novo ecossistema marinho, com o aparecimento de novas vidas.  

Para construir as 13 peças que vão compor este recife subaquático, Vhils usou materiais retirados de três centrais térmicas da EDP desmanteladas - Sines, Carregado e Soto de Ribera, em Espanha. Ferro e betão, trabalhados de forma a poderem ser colocados dentro de água sem poluir o leito marinho, serão a base deste recife que poderá ser visitado ao largo de Albufeira por pessoas com certificação de mergulho adequada à profundidade da mesma, ou que se façam acompanhar por mergulhadores certificados. 

Dividida em seis conjuntos de vários formatos, a exposição subaquática - que inclui ainda corais vivos germinados em cativeiro, para que a natureza se renove mais rapidamente - vai evoluir ao sabor das marés, sendo diferente a cada estação, a cada ano que passa. Tudo isto a mais de dez metros de profundidade e a cerca de uma milha da costa algarvia. 

Segundo Vhils, “a oportunidade de poder reconverter matéria que resulta do processo de desmantelamento de antigas centrais da EDP tem a virtude de permitir aceder a materiais únicos, com enorme carga histórica, de contribuir para um processo de descarbonização e de estimular a biodiversidade através da arte”.

O EDP Art Reef é um projeto longo e desafiante, iniciado pela equipa de Vhils (Vhils Studio) e pela EDP já em 2021, numa parceria que envolve dezenas de pessoas e várias entidades, como a Câmara Municipal de Albufeira, o Turismo de Portugal, a Marina de Albufeira, a Plant a Coral, o Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR/UALG), a DGRM - Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, a APA - Agência Portuguesa do Ambiente, a Navalrocha, a Easydivers, a Pinguim Sub e parceiros de produção como a Mota Engil,  Lindo Serviço e AMOP. Todos empenhados numa iniciativa apostada em passar das palavras às ações em matéria de sustentabilidade. 

O EDP Art Reef mostra rostos, pegadas, cenários urbanos e naturais. Pretende estimular uma reflexão sobre a relação da Humanidade com o mar.

A dimensão do Art Reef, incluindo o tamanho das peças e a logística do projeto, pretende ter um impacto igualmente profundo no ecossistema da zona onde vai ser inserido.  Vida marinha que vai nascer e crescer, que será estudada e acompanhada por investigadores da Universidade do Algarve, e visitada por mergulhadores de todo o mundo.

A ideia de submergir instalações compostas por peças de centrais termoelétricas desmanteladas no oceano carrega um forte peso metafórico, tanto no que diz respeito à consciencialização sobre a necessidade do uso responsável de recursos, como no  sublinhar de questões ambientais que necessitam de respostas urgentes, e que advêm da atividade humana no planeta. O objetivo deste projeto é o de potenciar o desenvolvimento de formas inovadoras que levem à criação de sistemas que estabelecem uma relação de harmonia com a natureza. A transformação destes materiais num ecossistema propício ao  crescimento de recifes de coral e ao acolhimento de várias formas de fauna e flora marítima é um exemplo desta abordagem, e espero que este seja o primeiro de muitos passos rumo a um futuro cada vez mais consciente e sustentável.Alexandre Farto aka Vhils

​Transição energética para o futuro 

Em Albufeira, o projeto EDP Art Reef pretende transformar aquela zona algarvia num dos principais destinos de mergulho recreativo cultural, um marco de pioneirismo em termos de economia circular e reaproveitamento de materiais. Criar um recife de coral - um tipo de ecossistema que serve muitas vezes de barómetro de poluição ou do efeito das alterações climáticas - a partir de materiais de uma antiga central térmica, e ao mesmo tempo fazer disso arte, é um exemplo de como a descarbonização pode envolver o passado histórico e integrá-lo na natureza, estimular as pessoas a inovarem em matéria de sustentabilidade. 

A transição energética é um processo longo, mas imparável, um movimento que deve ser comum a toda a sociedade - governos, empresas, instituições, cidadãos. Produzir energia sustentável é lutar por um mundo mais verde. Investir na água, no sol e no vento é cuidar das pessoas, mas também do ambiente e de toda a biodiversidade que existe no planeta. 

We choose Earth 

Para a EDP, descarbonizar é uma missão, sem pontas soltas. We Choose Earth é um compromisso que tentamos alcançar em tudo o que fazemos. Escolhemos a Terra nas maiores decisões e nas mais pequenas. Escolhemos a Terra em vez da pressa, em vez da conveniência, uma e outra vez. Também se vê essa escolha, essa aposta total nas energias renováveis, nas telas que ​​Carolina Piteira preparou para a exposição EDP Changing Tomorrow Now. 

Num mergulho no mar, com Vhils como guia, o ​EDP Art Reef leva a missão de sustentabilidade da EDP para um novo patamar, que junta arte e biologia. Os oceanos há muito que são preocupação do grupo, quer pela inovação de projetos offshore eólicos como o ​​Windfloat - ou fotovoltaicos como os da Sunseap em Singapura - quer pela sensibilização presente em projetos como ​o EDP Surf for Tomorrow e a EDP ​​Atlantic Mission, e ainda pelo apoio a iniciativas de limpeza costeira como as Brigadas do Mar, ou mesmo subaquática, como o apoio à ação Em Defesa dos Oceanos, em Sesimbra. Desta vez, com o EDP Art Reef, além do propósito de sensibilização, há a reutilização de materiais e a promoção da economia circular, dando vida a peças que desempenharam a sua função no passado e que hoje, de uma forma artística, criam uma obra de arte e um novo ecossistema. Tudo isto num só projeto. 

Na EDP, encaramos esta década com sentido de missão e de urgência. A necessidade de mudarmos hoje a nossa pegada será determinante para garantir um amanhã mais sustentável, inclusivo e justo. Depois de termos assumido um compromisso sem precedentes com o setor energético e de aprofundarmos a ligação às comunidades em que estamos presentes, é altura de reforçar esta ambição e sentido de dever perante toda a sociedadeMiguel Stilwell d’Andrade, CEO