13 Mar 2024
5 min

A visão e perspetivas do grupo EDP para 2024

Estamos perante uma revolução energética que vai melhorar as nossas vidas. Esta é a convicção de Vera Pinto Pereira, membro do CAE responsável, entre outras, pelas áreas de Client Solutions e pelos programas de impacto social da EDP. A ambição maior é não deixar ninguém para trás nesta mudança de paradigma para um mundo mais elétrico e mais justo.

Vera Pinto Pereira
Considerando as mudanças nas expetativas dos clientes e as tendências tecnológicas no setor de energia, quais são as iniciativas planeadas para aprimorar a experiência do cliente em 2024?

Alcançar as metas de descarbonização a que o mundo se propõe requer uma mudança estrutural na forma como produzimos, consumimos e gerimos a nossa energia, e hoje o cliente está no centro da transição energética. Isto implica uma nova forma de nos relacionarmos com ele. Se antigamente os clientes tinham apenas contratos de energia, hoje são eles quem tem o poder de eletrificar a economia – através de veículos elétricos ou bombas de calor – e precisamos deles para que em cada telhado, cobertura de estacionamento ou terreno agrícola sejam colocados painéis solares a produzir energia renovável.

Esta mudança de paradigma implica uma transição de produtos energéticos simples para um ecossistema complexo. Implica que, em vez de interações limitadas entre os clientes e a comercializadora, agora se tomem decisões diárias frequentes e conjuntas. E requer uma evolução de um portfólio de ofertas genéricas, para um conjunto de ofertas personalizadas e à medida das suas necessidades. Tudo isto acompanhado de experiências cada vez mais simples e integradas. Hoje, as comercializadoras de energia são e querem ser, cada vez mais, um parceiro de sustentabilidade, que simplifica a relação do cliente com a sua energia e o ajuda a fazer a sua gestão de forma eficiente. A EDP não é exceção. Para alcançar esta visão, temos vindo a colocar um foco cada vez maior na digitalização e na automatização das nossas interações com o cliente, a reforçar a capacidade e qualidade de entrega das nossas operações, e a melhorar a forma como comunicamos, de modo a fazê-lo de forma cada vez mais clara e transparente.

Neste sentido, temos em implementação um plano de mais de 60 iniciativas que tiveram início em 2023 e terão continuidade em 2024 e que abrangem, por exemplo, a revisão de todas as nossas comunicações com o cliente, a implementação de um processo de assinatura digital de contratos, e a criação de uma equipa remota especializada para realização de despistes no âmbito das assistências técnicas.

vera pinto pereira

Queremos aumentar o investimento em projetos de transição energética justa

Pode destacar algumas iniciativas ou programas que a EDP planeia implementar para enfrentar os desafios sociais em 2024? E que importância terá a estratégia de impacto social para lhes dar resposta?

À medida que aceleramos a transição energética, é nossa responsabilidade garantir que esta é feita de forma justa e equitativa, sem deixar ninguém para trás. Isto é, para nós, mais que uma ambição, um objetivo muito claro e concreto. Esta clareza de propósito permitenos que todas as geografias do grupo EDP estejam alinhadas com uma estratégia sólida, implementada de forma concisa a uma escala global. Em Portugal, através do Social Impact Coordination Office (SICO) e da Fundação EDP, vamos reforçar projetos que chegam às comunidades mais desfavorecidas, nomeadamente o “Solar Solidário” – através do qual estão a ser instalados painéis solares em Instituições de Solidariedade Social – , o projeto “Inclusão Energética” – no qual a EDP oferece soluções de eficiência energética a famílias e particulares com baixos rendimentos na Península Ibérica – e o renovado “EDP Energia Solidária” – que irá investir mais de dois milhões de euros para apoiar projetos sociais e inovadores que promovam a transição energética justa em Portugal.

Estes três projetos, para 2024, estão a ser planeados de forma a terem um alcance global, nomeadamente em Espanha em conjunto com a Fundación EDP, e no Brasil através do Instituto EDP, permitindo assim replicar um modelo de sucesso a outras geografias. Existem outros projetos muito relevantes a serem implementados por outras áreas de negócio, como é exemplo a EDP Renováveis que, em geografias como a Colômbia, Brasil, América do Norte, Itália e Polónia, está a contribuir para o aumento da empregabilidade em áreas rurais onde tem operação, através do programa “Keep it Local” – qualificando estudantes para trabalhar em projetos de energia renovável.

Para 2024, a EDP quer, a nível global, aumentar o investimento em projetos de transição energética justa, focados em temas como a inclusão energética, o autoconsumo, acesso a energia e democratização da mobilidade elétrica, procurando cada vez mais implementar programas de sucesso em cada vez mais geografias.


"Hoje as comercializadoras de energia são e querem ser, cada vez mais, um parceiro de sustentabilidade, que simplifica a relação do cliente com a sua energia e o ajuda a fazer a sua gestão de forma eficiente."


2023 foi de novo um ano cheio de desafios, com um contexto internacional turbulento e num cenário inflacionista. Que balanço faz do ano que passou e como vê estes desafios em 2024?

Vivemos tempos turbulentos. Após dois anos de pandemia, os conflitos internacionais estão a ter um enorme impacto no preço das matériasprimas, e no campo energético evidenciaram a importância da segurança e independência energética, bem como da criticidade de transitarmos para energia limpa. Tudo isto num contexto cada vez mais evidente da urgência global de protegermos o nosso planeta.

Apesar da nossa preocupação com a situação mundial, 2023 deixou-nos um sentimento de esperança. 2023 foi já um ano sem precedentes nesta matéria – mais famílias e empresas, do que nunca, quiseram ter um papel ativo na transição energética e um maior controlo sobre o tipo de energia consomem. E hoje olhamos para cada telhado, fachada de prédio ou parque de estacionamento como uma oportunidade para acelerar esta transição, seja através da geração solar seja através da mobilidade elétrica.

Estamos confiantes de que em 2024 vamos continuar a entregar projetos que acelerem esta transição em Portugal, e internacionalmente nos 30 países onde atuamos, de que vamos trazer mais famílias e mais empresas para esta transição energética, e de que vamos continuar a atrair e reter os melhores profissionais do mercado para fazerem este caminho connosco.

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